quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Ao Senhor Lewis Hamilton

Caro Senhor Lewis,
Lembro bem da sua vitória no GP da Inglaterra de 2008. Foi o que? um minuto de vantagem sobre o segundo colocado, Rubens Barrichello? Corrida bonita de ver, aquela: Barrichello, correndo de carroça, chegando em segundo e você mais de um minuto a frente de todo mundo. Aniquilou a concorrência. Sentiu-se bem após a bandeirada, não? 
Coroando a sua irregular temporada - que teve momentos brilhantes, como em Silverstone, e alguns erros patéticos - veio o título no Brasil. Campeonato suado, vencido na última curva, da última volta, da última corrida. Fantástico para o público, mas isso só ocorreu, Lewis, porque você não se garantiu. Tinha a faca e o queijo na mão, mas não conseguiu ultrapassar Sebastian Vettel, que dirigia uma Toro Rosso - carro significativamente pior que o seu - para levar os pontos que precisava para o título. Teve que contar com a chuva que caiu no fim da corrida em Interlagos para tirar Timo Glock do caminho do triunfo. Não se garantiu, Senhor Hamilton. 
Daí você rompeu o relacionamento com a Pussycat, ficou triste, passou dois anos emburradinho, foi para a Mercedes, e vem contando com o apoio do ladrão de plantão Ross Brawn para ficar a frente de seu velho amigo e novo desafeto Rosberguinho. 
Então, após a corrida do último domingo em Cingapura, o senhor criticou aquele mesmo Sebastian Vettel, que você não teve capacidade de ultrapassar em 2008, por ganhar muito fácil. Ora, senhor, foi fácil em Silverstone naquele ano? Ou você mereceu aquela vantagem toda porque trabalhou melhor que os outros? Parece-me que a segunda alternativa seria a sua escolha. 
Eu não estava lá, mas você estava e pode confirmar: quem foi o piloto que por último saiu do autódromo na sexta e no sábado que antecederam ao Grande Prêmio de Cingapura? Foi o Vettel, não foi? Afirma-se por aí que, hoje, não há piloto mais trabalhador que ele no grid. Claro, esta diferença toda dele para os demais não é um mero golpe de sorte, um mero acaso. Lembro-me de ler uma entrevista sua há alguns anos em que você afirmava que, ao largar para uma corrida, o senhor nem sabia em que volta pararia nos boxes. Afirmava que a equipe, a McLaren, na época, tinha profissionais suficientemente capacitados para tomar estas decisões e que você apenas obedecia quando era chamado. Nunca vi tamanho desleixo em piloto de ponta! Nem perguntava pros caras? Nem dava um palpitinho na sua própria corrida? 
Agora vem com esse papo besta fazer coro às vaias do pódium do último domingo. Antes de tudo, a sua preocupação é com outro alemão, o Rosberguinho. Não fosse a ajuda do bandido chefe de vocês, o senhor estaria comendo uma poeira danada. Nico pode não ser mais rápido, mas é infinitamente mais consistente que você. 
Em suma, Lewis Hamilton, vá cagar. 

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