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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

"HAPPY BIRTHDAY, GEORGE"

Se vivo estivesse George Harrison estaria comemorando 72 anos de idade. Um menino ainda.
Dos Beatles o mais introspectivo e, de certa forma, assombrado pela fama.
De tempos em tempos mudo meu Beatle favorito.
Durante muito tempo foi ele.
No vídeo de Devil's Radio vemos a participação do amigo Eric Clapton com que dividiu muita coisa. Inclusive mulheres....

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Trintão

Era a última profecia do meu pai que se concretizava. Estava em um auditório, sentado nas fileiras, quando alguém tirou uma foto de cima para baixo, reproduzindo a vista de quem olhasse da platéia a bancada em que se realizavam as conferências. Aquele, de costas, era eu, sem dúvida. Eu estava careca.
Não se trata, todavia, de uma calvície plena e absoluta. Ainda há, no topo da cabeça, vestígios de cabelo e, com estes parcos fios e a necessidade de ajeitá-los todas as manhã, resta ainda a percepção de se ter cabelo.
As minhas entradas remetem aos tempos de juventude. Tinha ainda uns quinze anos quando meu cabelo deixou de ter toda aquela pujança. Naquele tempo, eu atribuía o fato a dois fatores: meu desejo de não ter cabelo, em vista das dificuldades de convivência social que ele me trazia, e a maldição do meu pai, que desde minha infância informava que eu ficaria míope, deveria tomar muita água - e, eventualmente, cerveja -, já que certamente seria agraciado com pedras no rim e, por último, a carequísse. "Seu avô é careca e quase todos os seus tios também. Tenho pouco cabelo e é provável que o perca todo", dizia ele. No fim, a profecia funcionou só para mim. Meu pai ainda exibe uma potencialidade de topete bastante invejável, fez cirurgia nos olhos para não ser mais míope e há muitos anos não tem pedra no rim - muitos mais anos do que eu.
Este "fantasma" me acompanha desde muito. A  calvície não surgiu com um golpe de surpresa. Ela já era esperada e percebê-la foi, na realidade, um alívio. Está aí, é o fim do meu ciclo cabeludo. Acabou a expectativa e eu não tenho mais que brigar contra a natureza.

* * *

Algo em torno de um mês e meio após a famigerada e reveladora foto - revelou grande parte do meu couro cabeludo -, fui correr de kart. Havia 20 pilotos na pista, mas a disputa pela vitória ficou restrita aos dois ponteiros. Larguei na pole, liderei todas as voltas e fiz a volta mais rápida. No entanto, a corrida não foi fácil, pois fui pressionado pelo segundo colocado que esteve muito perto e ameaçou ultrapassar durante todo o certame. Neste tipo de situação, eu costumava sentir a pressão, acabava errando e abandonava a disputa pela vitória. Não foi o que aconteceu desta última vez. Percebi que aprendi bastante com a experiência, soube aproveitar a vantagem que tinha e aguentei firme, a despeito de alguns "empurrões" do meu competidor. 
Quando paramos nos boxes e nos cumprimentamos, notei que meu adversário devia ter vinte e poucos anos. Era quase dez anos mais novo que eu, portanto. Trocamos algumas palavras cordiais e senti-me como uma espécie de Rubens Barrichello vencendo o G.P. da Europa de 2009 sobre Lewis Hamilton. Quer dizer, aquele rapaz tende a ser bem melhor que eu - claramente, ele treina seriamente e já anda há mais tempo -, mas ainda não é. 

* * *

"O que você vai querer para o seu aniversário?". Esta é a pergunta padrão da minha mãe, todos os anos. Minha resposta anual é não querer nada, mas, mesmo assim, sempre se organiza ao meu redor alguma comemoração.
A data do meu aniversário faz com que as pessoas que não são da minha família estejam indo ao encontro dos seus, enquanto que os meus parentes estão chegando para a comemoração do Natal. A sensação que tenho é de que querer comemorar o aniversário é uma forçação de barra, afinal, não faria sentido constranger as pessoas a estarem comigo. Eu só nasci e, neste ato, não há, rigorosamente, qualquer mérito meu. 
Neste ano, no entanto, parecia importante marcar a passagem da década. "Tenho que comemorar, não é? Trinta anos...". 
E, então, foram todos chegando: familiares queridos, os primos que cresceram comigo, amigos que vejo todas as semanas, amigos que almoçam comigo, outros que jantam, amigos que não via há anos, outros que expulsaram os fantasmas de casa, amigos que moram perto, outros que moram longe e, ainda, os pequenos amigos que percorreram seus primeiros trezentos e poucos quilômetros de estrada para me ajudar a cortar o bolo. Todas as presenças imensamente significativas em suas individualidades. 
Não sei bem como minha mãe conseguiu isso. Mais difícil que juntar este povo todo é fazer despertar uma sensação rara. Se estiveram todos aqui, minha vida tem sido mais que perder cabelos no caminho.  

quinta-feira, 4 de abril de 2013

AO NÊNES COM CARINHO

A primeira vez que fui apresentado ao tempo, esse dos ponteiros do relógio, foi em Curitiba. Estava fazendo nove anos e uma vizinha me abraçou dizendo mais ou menos que dali a nove anos eu faria dezoito. "Veja só", disse ela.
Eu fiquei imaginando que raio de mágica é essa de se passarem nove anos. Eu nem tinha idéia da passagem do tempo.
Há uma época em nossas vidas que olhamos para as pessoas mais velhas que falam de tempos passados como se falassem de outro mundo. Coisas distantes. Coisas de velhos.
Certa vez, véio Mero contou uma história da década de 1940. Ele havia pulado o muro da Santa Casa, aqui em Rib's onde morava, para roubar frutas das árvores que ficavam na parte de trás do hospital. Na época ele tinha uns quinze anos e lembro que quando ouvi a história estava com uns vinte anos.
Que ironia, pensei, meu pai já teve a minha idade!
O tempo foi passando e minhas lembranças enchendo baús, memórias, fotos, histórias, lembranças que se esmaecem com o tempo. Como era mesmo o nome daquele meu desafeto da rua Djalma Forjaz? Imaginava mil formas de matá-lo. Tempos passados. Nem o nome lembro.
Semana passada tivemos uma festa surpresa para minha cunhada. Ela completou setenta anos.
No entanto, é mentira. Ela não tem setenta anos. Pode ter esta idade cronológica. Tenho em minha lembrança o primeiro dia em que a conheci e desde então sou um dos participantes da festa sem fim que ela e o Carlitão sempre proporcionaram para aqueles que os rodeiam. Dizem que Carlitão não está mais entre nós. Besteira. Nunca deixará de estar. Aqui uma singela homenagem a ele.
E, assim o tempo vai escoando e me pregando peças.
Vejam a última. No dia cinco de abril essa criança sapeca vai fazer um ano de existência. Entrou em nossas vidas de surpresa, bagunçou o meio de campo, tomou conta da sala, do quarto, dos banheiros, da cozinha e tudo o mais. Até do lixo se a gente bobear.




a ferinha quer "descobrir" a máquina fotográfica

E, então, o tempo voltou. Novamente, como aconteceu com meus filhos, estou aprendendo um mundo novo, nova linguagem, novos olhares "pedintes", novas maneiras de enganar para distrair, novas músicas pintadinhas, novas colheres para dar a comidinha, mamadeiras muito mais fáceis de preparar, fraldas descartáveis (uma grande invenção!!!),  mas, as mesmas emoções e saudades inexplicáveis ao longo do dia.

el bigodón tomando suco
Claro que temos momentos em que a exigência por atenção passa um pouco dos limites. Já até andei falando para que ele fosse ler um livro, porém, sem sucesso. Ainda mais eu o escravo preferido dele.
No entanto, temos que aproveitar. Sabemos que o tempo está correndo contra a ingenuidade do Henrique. Ele vai crescer, aprender a linguagem dos adultos, a forma e os gestos. Vai questionar o mundo em que vive. Vai escolher seu caminho. Vai sair do ninho. Vai nos deixar saudosos por um contato qualquer. Telefone, whatsup, um post no blog e etc. Já vi este filme.
Por isso, mesmo tendo curtido a infância dos meus filhos, não perco a chance de aproveitar o tempo com Henrique.

até com chupeta não deixa de ser estiloso

Vai chegar o dia em que não terei mais o tempo do relógio. Mas, olhando para trás vejo que o tempo com meus filhos e neto, um até agora, foi de felicidade plena. Valeu a pena.
Para completar, dos zilhares de filmes e fotos de Henrique este é um dos meus preferidos.
Ele percebe o eco de sua voz enquanto explora o ambiente de uma garagem de uma certa casa em uma certa praia do sul.






sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

SURREAL

Cena 1:
Franz caminha pela varanda em plena festa.
“Cáspita! Bebi demais. Preciso ir ao banheiro. Mas, esta é uma festa estranha com gente estranha. E aquele cara não parava de falar em discos voadores e meteoritos que podem cair a qualquer momento em sua cabeça. Assustador”
Um meteorito em forma de sapato desaba sobre o pobre Chicanz (como era chamado pela avó).
Ao fundo risadas malignas do “deus arremessador de meteoritos.”



Cena 2:
Milena, estranhando a demora, procura por Franz.
“Franz onde você se meteu seu fidapu? Aposto que está no banheiro com alguma sirigaita.”
Ato contínuo, a mulher encontra os restos de seu marido. Em princípio não entende o infortúnio que se abateu sobre ele.
“Ah! Aí está você, Franz Kaká! Como sempre bebaço espalhado pelo chão.”
“Qual a desculpa agora? O meteorito que aquele babaca falou?”
Neste instante outro meteorito em forma de sapato cai sobre a chata Milena.
Moral da história: se você for uma barata não fique de bobeira. O deus arremessador de meteorito pode se irritar.


BRINQUEDO NOVO

Aqui vemos o chefe do blog e seu novo brinquedinho.
Um vaga-lume eletrônico.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

NIVER MC

Neste sábado, 12 de novembro, o chefe do blog irá a uma festa de aniversário de alguém que se tornou uma espécie de colaboradora por intermédio de seus comentários.
Portanto, pelo menos o treino classificatório da F1 lá em Bubu Dadá deverá ser assistido individualmente pelos tecladistas oficiais deste cantinho.
O aniversario é da MC, Maria Cláudia, que estudou com o Renato e não perdeu o contato participando de sua jornada estudantil e profissional em Sampa.
Não a conheço pessoalmente uma vez que a formatura não conta.
Mas, fico feliz com a sua participação no blog e espero que continuemos com esse contato “internético”.
Lógico que a música em homenagem tinha que ser dos Beatles.
Feliz aniversário para você, Maria Claudia.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Cumpleaños

No último dia 31, coincidentemente, também o último dia do ano, o F-1 Literária completou dois anos de uma fajuta existência.
Tudo começou após a colação de grau na faculdade, a aprovação no mestrado... precisávamos de um hobby. Gastava muito tempo comentando os textos do blogueiro oficial Flavio Gomes, então, o caminho natural foi começar a escrever o publicar os próprios textos sobre Formula-1. E deu no que deu.
Poucos meses depois da inauguração, conseguimos que o pater familias viesse a trabalhar conosco, ganhando uma miséria por hora. Não fosse isso, possivelmente já teríamos ido à bancarrota.
De lá para cá, tivemos altos e baixos: meses com trinta e dois mil posts, meses com apenas dois. Mas é assim mesmo. Não deixa de ser um hobby.
No fim das contas, o que realmente importa é receber os parabéns dos próprios Beatles.