sábado, 30 de julho de 2011

Um filme já visto

Falta uma hora para o treino oficial para o GP da Hungria e, por aqui, alguém ouve Raul Seixas a todo volume. Sinto vontade de sair no janela e gritar "toca Rauuuul", o que me faz lembrar que ainda não escrevi uma palavra sequer sobre o GP da Alemanha, da semana passada. Aliás, acho que não escrevi sobre várias dos últimos GPs.
Fato é que estamos assistindo um filme repetido. Basta ver as manchetes jornalísticas após a maravilhosa vitória de Lewis Hamilton para ver que um interrupção no sucesso do Kid e sua Red Bull safada atende ao interesse da grande mídia e dos patrocinadores, que querem ver uma disputa maior pelo título de pilotos - já que no de construtores vai ser difícil se ver uma real ameaça aos carros dos energéticos.
A Fórmula-1 tem dessas. Em tese, para manter a emoção, é necessário que haja vitórias de todo mundo, que não se tenha certeza de quem vai ser campeão até o último momento e etc. Isso é realmente ótimo, mas quando acontece espontaneamente. Forçar uma competitividade por alterações no regulamento - que, este ano, foi voltou, voltou, foi e nada se resolveu - não é atraente para os torcedores. Se um piloto está ganhando tudo por competência sua e de sua equipe, o que queremos ver é este cara ganhando tudo mesmo, simplesmente porque é bonito ver um piloto fantástico vencer.
O pior é que as corridas não têm sido sem graça. Muito pelo contrário. Apesar do sucesso da Red Bull, as disputas estão cheias de emoção.
Quando digo que este é um filme repetido, refiro-me a algumas temporadas em que a estrela e virtual campeão foi "freado" com a intenção de atender interesses diversos. Até o da própria equipe. Veja-se, por exemplo, 1988. Senna reagiu após o GP do Canadá e caminhava para o título sem maiores problemas. Então, na fase Ibérica do ano, a McLaren número 12 simplesmente não andou nada. O carro que vinha dominando tudo amplamente o grid àquela altura, amargou um sexto e um quarto lugares, em Portugal e na Espanha. Dizem as más - ou boas, não sei - línguas que isso ocorreu porque a McLaren, que utilizava os canhões V6 de 1,5 litro, turbo, da Honda, queria encerrar a briga pelo título no Japão, por interesses comerciais. E foi exatamente o que aconteceu.
Também em 1999, quando Schumacher quebrou a perna, não havia ninguém para ameaçar Mika Häkkinen. Havia um tal de Irvine, que não tinha condições de ser campeão. Então, uma série bizonha de acontecimentos estranhos passou a ocorrer com o finlandês, o que dava a nítida de impressão de que havia "forças ocultas" atuando para manter a disputa pelo campeonato em aberto.
Agora é torcer para que as tais forças ocultas deixem que brilhe quem tem que brilhar.

Um comentário:

  1. o campeonato de 99 foi um pastelão só.
    A McLaren segurando o Hakkinen e a mamã Ferrari fazendo de tudo para o pentelho do Irvine não ganhar o título.
    Sumiam até os pneus na hora do pit stop.

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