terça-feira, 7 de julho de 2020

RUTH E RAQUEL

Confesso que não assisti a novela das personagens gêmeas do título. Ruth boazinha e Raquel do mal.
Sei que tinha o Tonho da Lua.
Mas, aqui em casa, muitas vezes a rainha da mansão pergunta se alguém está "Ruth ou Raquel".
Qualquer um levanta Raquel de vez em quando.

Lembrei que convivi pouco, na vida real, com gêmeos idênticos. Tenho sobrinhos gêmeos. Só que de sexos diferentes. Dá para diferenciar, nénão?
Duas gêmeas idênticas eram professoras lá em Curitiba no meu segundo ano de primário. No famoso "Prieto Martinez".

Para encher o saco ainda tinham o mesmo corte de cabelo. Lembro que eram jovens e bonitas.
Descobri que a minha professora era a Raquel.
Foi assim.
A, digamos, Raquel ficou doente e não deu aula para nós durante um mês mais ou menos.
Então, a irmã a substituiu.
Ruth entrou na classe e nós, pensando que era a Raquel, já pegamos o caderno lápis e aquele silêncio sepulcral.
No entanto, ela explicou que iria substituir a irmã doente por um tempo.
E, descobrimos que era boazinha. No começo uma conversinha fora de hora. Depois instalou-se a balbúrdia. Ruth não conseguia domar a criançada doida. Até que a gente tentava realizar as tarefas. Só que em meio ao caos.

Um belo dia Raquel voltou. Notamos sua entrada na sala e nem ligamos. Uma festa estava instalada. Todo mundo em pé, gritaria e objetos voando loucamente.
Pensamos que era a Ruth.

Quando a professora continuou em pé com ar furioso resolvemos prestar atenção nos detalhes. Qual nada. Ela continuava cópia fiel da irmã.
Bom, para resumir, veio aquela explosão de fúria mostrando que estava recuperada. Um dos castigos foi escrever o nome dela corretamente no caderno. Quem errasse perderia os dedos (brincadeira. Perderia alguns pontos na nota).
O nome dela era Shirley. Lembro bem. Com o maldito "Y".
Ninguém acertou. Bom, foi melhor perder pontos do que levar uma suspensão.
Raquel, que já era brava, nunca mais sorriu.

E, foi assim que fez-se a diferença entre elas. Uma queira nos esganar. Sempre com a cara amarrada. A Raquel. A outra, Ruth, andava leve pelos corredores.
E, nós com inveja da meninada da classe dela.

Nenhum comentário:

Postar um comentário