quinta-feira, 2 de julho de 2020

MORTE E LENDA

O tema é meio macabro para os dias que correm mas, andei assistindo alguns filmes e documentários em que a morte parece conveniente para alguns envolvidos.

Como exemplo a série da Netflix "Jeffrey Epstein: Poder e Pervesão" sobre o quaquilonário americano amigão de um monte de poderosos que abusava de menores de idade. Depois de escapar por décadas acabou preso e suicidou-se na prisão, antes do julgamento. Uma morte estranha por estar sendo vigiado 24 horas por, justamente, ter tentado o suicídio. Por tudo o que ele sabia dos amigões poderosos (incluindo o boçal de lá, Trump) foi uma morte conveniente. Uma das acusadoras disse, no documentário, que ele filmava os encontros na casa de vários andares que mantinha em Nova York.
Muita gente duvida de sua morte. A teoria da conspiração diz que deram um jeito de "sumir" com ele. Ou seja, foi ajudado a fugir e está numa ilha paradisíaca qualquer.

Assisti outro dia "Framing DeLorean". Muito bom. É mistura de documentário e filme sobre o criador do icônico carro DeLorean DMC-12, John Zachary DeLorean.





A história nos diz que o carro era uma bosta. Demorou dez anos para começar a ser fabricado. Pesadão, com motor fraco, portas problemáticas e caro demais. Fabricado na conturbada Belfast, Irlanda do Norte entre 1978 e 1982.

Foi eternizado na trilogia "De Volta para o Futuro". Os realizadores do filme receberam uma carta de agradecimento do próprio DeLorean. 
Não vamos falar do criador do carro como tema do post porque sua morte foi "normal" em março de 2005.
Mas, uma associação relatada no filme me chamou a atenção.
John  associou-se a nada mais nada menos que Colin Chapman dono da Lotus para a construção da fábrica em Belfast. Chapman possuía uma fábrica de esportivos e ajudaria o norte-americano na empreitada.  
Era o ano de 1978. O governo britânico enfiou um monte de dinheiro no negócio.
De cara ambos fizeram um rolo envolvendo 10 milhões de Libras. Empresas fantasmas receberam o dinheiro que entrou naqueles circuitos de lavagem que os brasileiros conhecem bem. Os dois sócios repartiram a bolada.

DeLorean e seu sonho estavam descendo a ladeira e, meio que no desespero, John entrou num esquema de transformar cocaína em dólares. Mas, o documentário deixa claro que o FBI forçou a barra  para que ele se envolvesse no negócio. Portanto, foi absolvido. 

Aí volta o caso do dinheiro de 1978 e Colin Chapman. Estavam fuçando no caso quando o inglês morreu de ataque cardíaco aos 54 anos em dezembro de 1982. Cheio de dívidas envolvendo a Lotus, equipe de competição, e a fábrica de esportivos. Só faltava este escândalo para ferrar mais ainda.
Então, diz a lenda que Colin forjou a própria morte e caiu na vida. Lembro que na época falavam em coisas estranhas envolvendo o falecimento do construtor. No velório só a mulher Hazel e o médico. Por sinal, ela tinha medo de avião mas, Emerson Fittipaldi a encontrou num aeroporto em São Paulo e ela alegou que estava em férias. Lógico. A lenda envolve o Brasil para onde ele, Chapman, veio morar. Mais exatamente em Várzea Grande no Mato Grosso. Enfim, outra morte conveniente. 

Quanto ao americano a então ex-mulher dele (sempre elas) entregou que ele forjou uns documentos para justificar a grana desaparecida. 
Nunca mais se recuperou mas, morreu ainda tentando reavivar o sonho do DMC .

Confesso que fiquei perturbado com essas mortes que viram lendas. 
Sou do tempo em que Elvis Presley não morreu. Quis ficar só. 
John Kennedy não morreu mas, ficou com sequelas irreversíveis. O bilionário grego Aristóteles Onassis o levou para sua ilha particular e, de quebra, catou Jackie. 
Paul McCartney morreu e foi substituído por um sósia. Que é tão bão que até hoje faz um sucesso estrondoso.

Enfim, um estranho post às vésperas do início da temporada de F-1.




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