quarta-feira, 15 de julho de 2009

Un grande numero di Rosberg

Desde pequeno, ouvia de meu pai uma história a respeito de uma corrida em que Rosberg, provavelmente possuído por alguma entidade, havia feito o diabo. Entre suas peripécias, estaria uma rodada de 360 graus, em que finlandês teria endireitado o carro e continuado na corrida como se nada tivesse acontecido.
Sempre tive curiosidade de ver a tal imagem. Há algum tempo atrás, um croata doidão disponibilizou para download uma quantidade absurda de seu acervo de corridas. No meia delas, estava o GP de Long Beach de 1983. Fiz o download um pouco desinteressadamente. E não é que a tal rodada havia acontecido justamente naquela corrida? Logo na primeira volta! Tudo bem que, na lembrança de meu pai, Rosberg teria ganhado o GP, mesmo tendo rodado, o que não aconteceu em Long Beach em 1983. Essa corrida, aliás, ficou na história pela vitória de John Watson e o segundo lugar de Niki Lauda, dobradinha da McLaren com os pilotos saindo das posições 22 e 23, respectivamente. Ainda hoje ninguém venceu largando tão atrás.
Rosberg foi um show a parte. Naquele tempo, o pit-stop era permitido, mas, ao contrário do que se passa hoje, nem todos paravam. Não se parava sequer para os pneus. Mas Rosberg vinha tentando utilizar a tática de andar mais leve. Na primeira corrida do ano, no Rio de Janeiro, seu carro havia pegado fogo durante o reabastecimento. Mesmo assim, Keke chegou em segundo lugar na corrida, com Nelson Piquet em primeiro e Niki Lauda em terceiro. Ocorre que, na parada, Rosberg teve seu carro empurrado para pegar no tranco no pit-lane e foi desclassificado por isso.
Na segunda corrida, em Long Beach, Rosberg parecia estar utilizando a mesma estratégia. Não deu para saber com certeza, pois o finlandês abandonou antes do pit-stop. Mas, pela maneira alucinada como dirigiu, tentando superar o pole-position Patrick Tambay a qualquer custo, pode-se inferir que uma parada para reabastecimento seria necessária.
O vídeo abaixo mostra três momentos da corrida de Rosberg que dão idéia de sua agressividade. Na largada, Keke, que partia em terceiro atrás das Ferraris de Patrick Tambay e Renè Arnoux, arrancou "nervosamente", tocando roda com Arnoux e quase ultrapassando Tambay.
Ainda na primeira volta, Rosberg tenta ultrapassar a Ferrari de Tambay, mas, aparentemente atrapalhado por um bump na freada, sua Williams roda, o piloto controla o carro, colocando-o novamente no rumo certo e prosseguindo na prova, agora atrás de seu companheiro de equipe Jacques Laffite.
Mais adiante, o ato final: após ter ultrapassado Laffite, Keke foi atrás de Tambay; depois de algumas voltas seguindo a Ferrari, Rosberg foi para o tudo ou nada, enfiando o carro do lado de dentro no cotovelo. O resultado foi desastroso: a tentativa frustrada de ultrapassagem tirou ambos os pilotos da corrida.
Rosberg errou, sim, mas a agressividade e combatividade do "velho lutador em pistas de rua" merecem aplausos.


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