sábado, 2 de novembro de 2019

"ANTES ERA MELHOR!"

Cresci ouvindo os adultos dizerem que a vida era melhor no tempo deles.
Década de 1950, por ex.. Eu, nos 1960, tinha duas certezas. Poderia ser melhor porque, apesar da turbulência política, não havia ditadura. E, não era melhor porque vivíamos o auge do rock and roll, baby.

Dizem que repetimos nossos pais ao envelhecer. 
Imitando a voz de véio Mero gosto de dizer "aqui tudo era mato".

Os últimos acontecimentos nessa merda de país merecem uma reflexão.
Principalmente sobre as pessoas e as supostas facilidades trazidas pelo mundo moderno. 
Temos o costume da acomodação. O que vem fácil sempre é bem-vindo.
Questionar é trabalhoso. Exige pesquisa, conhecimento, cultura geral. Melhor acreditar naquilo que vem pronto.

Vendo, lendo e ouvindo a maioria das pessoas com as quais convivo fico me perguntando de onde vem essas opiniões prontas, sem o mínimo de questionamento.

Voltando ao tempo em que "aqui tudo era mato".
Eu ia para a escola sem sentir aquele tesão pelo estudo. Tá. Algumas professoras valiam o tesão (tirem as crianças da sala).
Mas, tentava cumprir minhas tarefas básicas de estudante. Ou seja, assistir aula em silêncio, anotar os bagúios que o professor escrevia na lousa, fazer a lição de casa (não era pouca) e etc.

Vamos às tarefas. Até hoje sigo os ensinamentos da inesquecível professora de português, Nobuko.
Ao corrigir minhas porcas redações sempre me incentivava a escrever com clareza e não repetir palavras. Dizia para procurar sinônimos no dicionário.
Sim, o pai dos burros. Lá ia eu aprender a pesquisar num livro pesado, desajeitado e com palavras miúdas. Muitas. Tem que saber o tal abecedário para consultas.  Primeiro as palavras começando com Aa, ab, ac, ad e assim por diante. Hoje, dou uma gugada. O Aurélio anda esquecido por aí.
Alguns trabalhos exigiam uma visita à biblioteca. Ajuda daquela véia chata (porque todas eram velhas?) para encontrar o livro indicado. Então, ou sentava e copiava o texto, ou alugava o livro.
Hoje todos gugam. Nosso conhecimento, pelo menos a meninada de minha convivência, era adquirido através dos livros, algumas revistas e muito papo. Meus professores (de escola pública) ensinavam que era necessário ler, questionar e ter a própria opinião. Nem que nos tornássemos uma metamorfose ambulante.

Viram onde quero chegar?
Não há mais dificuldade em adquirir conhecimentos. A infernal internet supre livros. Trabalhos escolares são feitos na base co ctrl-chupe. Nem o autor da tarefa lê o que entrega.
Escrever à mão? É um castigo. Confesso que nem eu escrevo mais. Aliás, escrevo ideias que podem "virar" um post. O problema é que não entendo minha letra no dia seguinte. 

Quando queríamos entrar em contato com uma pessoa distante sem o uso do telefone enviávamos as famosas cartinhas. Adorava escrever. Hoje existe o whatshapp. Pior, zap de áudio. 

Cheguei lá. Percebam que eleições foram decididas por fake news. No brasil de merda e nos Estados Unidos de merdona.
Por que?
Lá não sei. Mas, aqui aconteceu porque as pessoas não questionam o que recebem pelas mídias. Estão acomodadas e vulneráveis.
Então, o que vem pelas mídias sociais é a mais pura verdade. O brasil de merda iria se transformar numa Venezuela. Mas, como é a vida naquele país? Um colega meu deu uma indireta ao dizer que os "comunistas" deveriam ir para Cuba. Como é a vida em Cuba?
Ninguém sabe. Ninguém quer saber. Tirar a bunda/cérebro do marasmo.
É assim. O governo anterior acabou com o brasil de merda. Eu entendo por governo anterior todos os que vieram após o Cabral fingir que descobriu esta merda. O brasil tem a cultura da corrupção. Não é exclusiva de um partido político.
Por incrível que pareça o melhor desarme para esta gente ignorante é dizer que o Lula tá preso.
Por questionar, pesquisar e informar nas mídias que participava que aquela "notícia" era fake news ganhei fama de "comunista". Saí até mesmo do grupo de zap do meu trabalho porque ali alguns batem no peito dizendo que o nazismo era de esquerda.
Na minha opinião estas falsas verdades encontram raízes porque não estamos mais acostumados a pesquisar, questionar, manter diálogos civilizados. 
E, o discurso de ódio da família miliciana que preside esta merda de brasil não ajuda.



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