domingo, 24 de novembro de 2019

A PRIMEIRA RESSACA NINGUÉM ESQUECE

Parte do blog está curtindo férias. E, a parte que vos tecla, avisou que um dia seria tirado para, digamos, tomar todas.
Não neste momento, esclarecendo.

Uma das características dos excessos "drogalísticos" seja ele qual for é bater (sim, bater) aquela verdade filosofal sobre tudo e todas as coisas. Costumava balbuciar as soluções sobre o destino da humanidade para um sujeito que avistava no espelho do banheiro. Desisti porque o cara replicava tudo o que eu dizia. Não apresentava solução alguma.

Alguém já disse que os governantes do mundo deveriam ouvir o que bebuns falam sobre os destinos do mundo numa mesa de bar. Eis a solução para tudo.
Mas, com exceções, os governantes bebem em separado. E, bebuns tomam decisões amalucadas.
Não vamos entrar em detalhes.

Lembro de um episódio engraçado sobre bebidas e líderes.
Na época da ditadura militar os carinhas do jornal "O Pasquim" (dispenso comentários. Guguem) conseguiram uma entrevista com a famoso bebum Jânio "volto nos braços do povo" Quadros. Era 1977 e a ditadura estava (ainda) buscando comunistas escondidos sob as camas. Bom, a ideia geral que movia essas entrevistas era o fornecimento abundante de bebidas alcoólicas para destravar a língua dos entrevistados. Lembro que um dos famosos jornalistas e bebuns do jornal declarou que o homem em questão resistiu até ao último gole. Todos estatelados no gramado de sua casa em sampa e ele filosofando "sóbrio" como sempre.

Nestas férias, sentado na sacada, olhando o mar pensei no meu primeiro e famoso fogo. E, a ressaca que acompanha o furacão.
Penso que já falei sobre ele. Mas, véio é assim. Esquece do que falou e repete com novas cores (ave véio Mero).
Penso que tinha uns quinze anos e apaixonado pela prima (quem nunca?).
Véio Mero ganhava umas garrafas de uísque no fim de ano. Eu detestava bebida alcoólica (!!??) naquele tempo.
Mas, sabendo que a famosa prima iria almoçar em casa no domingão resolvi tomar umas e outras para ter coragem e dizer o óbvio.
Fiz o que qualquer mirim faria. Escondido da fera (véio Mero) nove e pouco da manhã (!)  tomei um copo de uísque (do bão!). O gosto era horrível e a bebida caiu como uma bomba no meu "estromo".
O mundo rodou a cabeça subiu até marte e um discurso romântico sobre o romantismo em enfrentar a família num amor "julietano" (só que não) floresceu em minha cabecinha de vento.
Mas, pumba.

O mundo rodou numa velocidade tão grande que aquilo que não estava colado em meu ser foi jogado garganta afora. E, tudo escondido da fera (véio Mero).
Onze da manhã, estirado na cama do meu quarto, querendo a morte sem sentir dor, entra "ela".
Expliquei, o que não colou, que a comida da véspera estava relutando em sair do meu corpinho.
Lógico que não consegui lembrar do discurso lindo e libertário que jamais lembrei (ah ah).
E, pela primeira vez na vida prometi nunca mais beber essas "coisas" do demo.

Lembrando que promessas estão aí para serem quebradas.


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