terça-feira, 23 de agosto de 2016

CPU VOADORA

Senta que lá vem história.
Nos primórdios do uso do computador, ainda sem internet, o dito era usado como um substituto de uma mesa de escritório e arquivo. Lógico que não era bem assim.
Mas, nos anos 80 (1980, meninos) os contadores se divertiam com a novidade. As fichas dos clientes, que eram de papel, se transformaram em arquivos digitais. Lembro de nosso contador, em Jaboticabal, contar maravilhado, espantado e incrédulo sobre como seus arquivos estavam "sumindo" dentro daquela maquininha. Contrataram uma garota expert em  datilografia (digitador era expressão que "vingaria" depois) que transformou as fichas de papel em "éter".
Também era comum as máquinas darem pau. Hoje suportam o calor (infernal por estas bandas) mas, naqueles tempos nem cerveja gelada servia para evitar os desmaios computadorizados. No caso de Jabotica's era necessário chamar o técnico que era baseado em Rib's, cinquenta minutos longe . Portanto, qualquer desmaio deixava o dito desfalecido por uma hora e meia no mínimo. Parece nada né?
Principalmente se tivessem a informação de que bastava esperar o computador esfriar e ligar novamente....
Mas, a relação homem-computador nem sempre era de fascinação. Aqui em Rib's soube de um contador, com escritório num prédio baixo no centro, que enfurecido com o constante apagar do computador agarrou a CPU e a jogou pela janela. Sem desplugar mouse, teclado e etc. Fim de casamento. Quarto ou quinto andar. Um reles mortal teria, logo após o ato desatinado, um choque de consciência. Afinal, poderia ter acertado alguém que passava na calçada. Ele, ao contrário, pensou no custo de uma máquina nova e correu para a rua tentando salvar o que restava do infortunado objeto tecnológico. Qual nada, evidentemente. Pelo menos ninguém foi atingido. Não soube mais sobre o explosivo contador. Certamente foi obrigado, com o tempo, a comprar não só um como vários outros computadores que, hoje, ocupam um espaço enorme em nossas vidas. Vieram para ajudar, li certa vez num livro. Mas, não. Vieram para nos dominar.
Escrevi o texto acima porque lembrei desse caso ao observar a luzinha da internet piscar no modem da Vivo (morto, no caso) toda vez que entusiasmado fico digitando um post (por ex.). Sei que minha paciência está sendo testada e já decidimos voltar para os braços da Net. Se ela nos aceitar de volta, traída que foi.
Este post, por exemplo, está aguardando a luzinha parar de piscar e, quando verde ficar (rimou) apertarei o enter antes que ela recomece a imitação de árvore de natal. Feito aqueles duelos de faroeste. O mais rápido no gatilho vence.
Mesmo porque sei que a CPU não tem culpa. O técnico também não. Eles vem (sempre um diferente a cada vez) e não sabem o que se passa. Inventam várias possibilidades para o problema. Acaba sendo uma diversão ouvir tanta asneira. 
Mas, o real motivo de tanta paciência com tudo isso é que nossa mansão alada é equipada com telas em todos os orifícios possíveis. Claro, nem penso em entupir a privada.....

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