domingo, 2 de janeiro de 2011

Papéis

Olha que legal o presente que comprei para o meu pai no natal:

É um modelo - obviamente, ainda desmontado - que reproduz o Lotus 78, utilizado entre as temporadas de 1977 e 1978. É o primeiro "carro asa" da história da F-1. Com as famosas "saias" laterais, criava-se uma espécie da vácuo sob o chassis, o que prendia o bólido ao solo.
Quando comparado ao Lotus 72, o modelo 78 teve uma existência curta. Já em 1978 foi substituído pelo Lotus 79. Ainda assim, teve uma passagem de sucesso pela Formula-1: venceu 5 corridas em 1977, quatro com Mario Andretti e uma com o sueco Gunnar Nilson. Em 1978, foi conduzido a duas vitórias, uma pelas mãos de Andretti, e outra pelas mãos de Ronnie Peterson, antes de ser substituído pelo Lotus 79.
Nem tudo foram flores, contudo. A vitória de Nilson no GP da Bélgica de 1977 foi a única de sua carreira. Ao final daquele ano, o sueco faleceu, vítima de câncer.
No GP da Itália de 1978, a equipe Lotus já utilizava o modelo 79. No entanto, Peterson foi forçado a voltar a utilizar o modelo 78 em vista de um acidente que danificara o seu 79 nos treinos. Foi a última largada de Ronnie - também sueco: ele não resistiria ao ferimentos causados forte acidente entre vários carros antes da primeira curva do circuito de Monza.
Depois destas duas historinhas, pode parecer um presente mórbido, não? Trata-se, no entanto, de um carro revolucionário, mais uma vez desenvolvido pela equipe do genial Colin Chapman. Tem uma importância inquestionável no desenvolvimento posterior que teve a categoria.
Interessante notar que, aqui em casa, os papéis andam se invertendo. Agora é o filho quem dá carrinhos de presente para o pai. Ano que vem, me visto de Papai Noel.

Um comentário:

  1. além dos carrinhos houve outra inversão.
    O pai, orgulhosamente, citou o filho em sua monografia.

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