sábado, 22 de julho de 2017

FAÇO FILMES

Sobre uma tribo indígena e a entrada de um jovem índio no mundo secreto dos adultos.
O filme começa com imagens de helicóptero sobrevoando a selva verde escura (para dar um ar tenebroso. Basta um filtro na câmera) descendo até o centro da oca de uma tribo no meio, aparente, do nada.
De tempos em tempos os homens da tribo se reúnem num espaço afastado. Lá, durante o entardecer e boa parte da noite, bebem uma mistura secreta e conversam com os deuses. Os jovens não podem se aproximar. Ajudam no preparo da cerimônia e na garantia que ninguém não autorizado possa perturbar.
Quando chega o tempo certo eles estarão em  meio aos adultos que tem acesso aos espíritos da floresta.
Nosso personagem é um jovem índio ansioso pelo passar do tempo. Seu amigo, um pouco mais velho, já entrou no círculo. Mas, não pode falar nada. Quando vão pescar ele faz muitas perguntas sem respostas. A situação o entristece. 
Até que chegou o grande dia.
Quando, inesperadamente, um dos adultos do círculo secreto morre, um jovem é escolhido para ocupar seu lugar. 
É de conhecimento que alguns adultos são encarregados em preparar a bebida mágica. Ao entardecer embarcavam numa canoa e navegavam rio acima. Pouco tempo depois voltavam entusiasmados com a bebida e alguma comida igualmente secreta. Era quando os jovens se afastavam.
Naquele dia o jovem não sabia quem seria escolhido. Muitos tinham mais ou menos a mesma idade.
Depois de limpar o local da cerimônia, colocar folhas de bananeira no chão e outros preparativos, se encaminhou até a barranca do rio. Num pequeno monte avistavam-se misteriosas luzes à margem rio acima. Tremulavam com o calor e inspiravam as mais variadas teorias. Desde feiticeiras com olhos brilhantes a atrair quem ousava navegar à noite, até seres que desciam das estrelas para buscar água.
Distraído não percebeu a aproximação de alguns adultos. A câmera mostra seu rosto melancólico e a repentina surpresa com a aproximação dos outros. 
Agora o enquadramento dos outros índios. São cinco. 
O mais velho prepara-se para falar. Ele sabe que o grande segredo da cerimônia vai ser revelado. Finalmente vai entrar para o mundo secreto dos adultos. Seu irmão mais novo não vai mais ter direito a torrar seu saco com brincadeiras como colocar formigas do fogo em sua cama. Conquistaria o respeito de todos.
O velho índio coloca a mão em seu ombro.
Câmera ao alto mostrando em primeiro plano os índios com o mais velho apontando as luzes distantes.
Close no ancião. 
Explica ao jovem.
- Com a morte de Ian-Ian você foi escolhido para ocupar o lugar dele. Inclusive nas tarefas.
- Vê as luzes?
- Pois é. Não estamos sós nesta selva do caralho. Aquelas luzes são de um povoado dos homens brancos. Você vai ter oportunidade de descobrir de onde vem nossas beberagens e comidas especiais.
 - Hoje celebraremos Ian-Ian. Ao fim da cerimônia atearemos fogo em seu corpo e o jogaremos às piranhas. Ou algo assim.
-  Enfim. Vá com seus novos companheiros até as luzes. Vocês vão buscar um monte de cerveja e quilos de pururuca. 
- Quando voltarem, vamos beber, falar bobagens, conversar com deuses inexistentes, praguejar contra os homens brancos e outras coisas que acontecem quando entramos em transe.
Close no jovem índio que extasiado mal pode esperar para entrar neste mundo tão falado e desejado entre os índios.
Final do filme. Câmera no helicóptero que se afasta, agora pelo outro lado, descortinando a cidade comentada pelo velho índio. 

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