sexta-feira, 17 de maio de 2013

SEMI ATRETA

Antes do post em questão uma historinha: certa vez no médico, esteira ergométrica, médico gritando "para, para".
Eu encomendando caixão. Ele "você já foi atleta?" Eu "há trinta quilos atrás fui um semi atleta".
Ele "ufa! Então este defeito é normal".
Convivo com o "defeito" no coração que existe pelo fato de correr sei lá quantos km por semana até hoje.
Ou até ontem.
Deixei de ser um semi atleta, voltei a ser um semi atleta, e por aí escorre a vida.
Uns meses atrás, resolvi, ou o médico conseguiu me resolver, a entrar nos eixos de uma boa alimentação e etc., etc., e tal.
Parte desta resolução consiste em caminhar toda vez que nênes permite.
Então, caminhando uma manhã destas no parque aqui perto a ideia deste post.
Vamos lá.
Para chegar ao parque é necessário driblar vários carros vorazes em te atropelar.
Calçada que é bom só em filmes de Holywood.
Vencida a selva entramos no parque.
Caminhada em questão.

Num dia destes as cachoeiras da foto não funcionavam. Os laguinhos tem umas carpas monstruosas. Tenho a impressão de que se não andarmos rápido elas pulam feito tubarões na sua jugular. Mas, neste dia, estavam sedentas por oxigênio. Oh!
Havia, no entanto, um caminhão salvador do departamento da porra de esgoto de Rib's. Mas, (oh! de novo), retrato do funcionalismo público. Uma mulher ao celular reclamando com alguém que "você conhece funcionário público". Ela era chefe da equipe de umas cinco pessoas encostadas na grade que dá para as bombas que fazem funcionar as cachoeiras. Esperavam alguma coisa para consertar as bombas. Enquanto isso, bocejavam de tédio.
Quase parei e agarrei a dita pelo pescoço. Funcionário público eu também sou e trabalho para carai.  Se esses caras estão com má vontade manda pá....
Deixa para lá. O que importa é a caminhada a eliminar o estresse e o colesterol e etc.


Muito comum, em qualquer hora de caminhada, grupos andarem lado a lado, passeando ao invés de caminhar, tomando todo o "asfalto", fazendo com que as outras pessoas acabem no acostamento. Com isso já existe um caminho ao lado da pista, na grama. Fica esteticamente horrível, mas, as madames, jovenzinhas, casais gordurosos, mamães sem noção com filhos sem noção, que não estão nem aí para a galera.
Bom, resumo das caminhadas.
Umas seis madames se espremendo na pista reclamando que "fulana" fala muito e atrapalha a concentração da caminhada. Todas, inclusive a "fulana" concorda, mas, continuam em manada atrapalhando todo mundo.
Três italianos, ou filhos da bota, comentando sobre (rá!) massas. Um pergunta sobre o horário do jogo do Parmera. Penso, "melhor não saber". Tinha razão. Parmera levou pau.
Gordos (sem preconceito) passam correndo por mim. Constato que não vão longe. Esbaforidos encostam na grama olhando o cronômetro disfarçando o quase infarto.
Tatuagem. As mais variadas nos mais variados lugares. Imagino as escondidas.
Crianças. Ah! Adoro crianças.
Ouço um "sai da frente" e passa uma filha da mãe de bicicleta feito doida olhando feio porque você não saiu da frente rapidamente. Mamãe (ou papai) estão atrás prontos a te fuzilarem se reclamar.
Anoto que bicicletas são proibidas para maiores de quatro anos. Tudo bem. As crianças de hoje em dia parecem pequenos adultos. Engano meu.
Magrelos ou magrelas todos serelepes. Fico puto. Eles precisam caminhar, ou correr, junto com os mortais gordinhos? Para que caminhar? Eles estão tripudiando de quem não foge das gorduras da vida.
Casais são um post à parte. Discutir a relação enquanto caminham é dez. Quero dizer a mulher. O homem fica concentrado em caminhar enquanto a mulher concentra-se em reclamar de alguma coisa que ele esqueceu (ou não lembrou!). Hilário.
Outro dia passou um casal por mim como quem está em início de relacionamento. Duas voltas depois passei por eles e cada um olhava seu celular. Não rolou.
Celular é outro post. Neguinho que pensa que celular ainda é sinônimo de status é dose para leão (como diria seu Homero). Grandes negócios são resolvidos aos berros enquanto o sujeito finge caminhar. Dá vontade de dar palpite. Outro dia um sujeito berrava preços em dolar e imediatamente convertia em real. Algum comerciante especializado em Paraguai.
Sujeitos, ou sujeitas, com fones de ouvidos também são interessantes. Alguns passam cantalorando. Sem perder o fôlego, diga-se de passagem. Mas, sem curtir o ambiente. Melhor correr numa esteira.
Finalmente, os galãs.
Nesta pista a metragem é marcada no chão no sentido anti-horário. Multidões caminham, portanto, no sentido anti-horário.
No entanto, alguns galãs (e galoas) dos anos 1950 caminham no sentido horário. Na contra-mão.
Mas, fazendo caras e bocas. Quem sabe não arrumam alguém para repor as gorduras em alguma pizzaria?
Para encerrar: existem patos (e patas) que povoam o parque e fazem a alegria da petizada sem educação a correr atrás dos infelizes.
Eles, os patos/patas, ficam de boa acostumados que estão com os humanos normais. Só estressam quando o humano é baixinho.
Mas, a rainha da mansão tem um certo preconceito contra eles. Diz que estão sempre prestes a tentar bicar quem passa perto. Eu sempre disse eles só tem cara de enfezados.
Um belo dia estou caminhando sem a rainha e no meio do caminho um simpático pato. Nem ligo, dou bom dia e vou passando por ele. Pois não é que ele resolveu correr atrás de mim?
Só para confirmar a paranóia da rainha. Desviei do dito, apertei o passo, mas, tive vontade de acertar o saco do penoso. Se soubesse onde fica.

Teria sido ele?

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