segunda-feira, 14 de junho de 2010

Schumacher Patético

A atuação de Michael Schumacher ontem, no GP do Canadá, foi digna de nota. Infelizmente, não pelo que teve de positivo. Muito pelo contrário, o alemão oficial teve uma das piores - senão a pior - atuações de sua carreira.
No início da disputa, ainda parecia que conseguiria brigar pelas primeiras posições. Ocorre que após suas paradas para troca de pneus, a corrida de Schumacher foi uma lambança só.
Após seu primeiro pit stop, o sapateiro se meteu em uma briga com Robert Kubica, que vinha mais rápido atrás. O alemão espremeu o simpático polonês, que foi obrigado a colocar duas rodas fora da pista. Na curva seguinte, ambos escaparam, seguindo reto e saltitando pela grama.
Pouco depois, Schumacher parou novamente para troca pneus. Assistindo a corrida, imaginei que fosse um lance de estratégia. Pode parecer estranho, mas no contexto da corrida, até faria sentido. Todos os pilotos são obrigados a usar os dois tipos de pneus ao longo da prova. Os pneus mais moles estavam acabando muito rápido, entre 5 e 7 voltas de uso. Seria até razoável, então, que se tentasse uma jogada: andar uma duas voltas com o pneu mole, voltar para o duro e ir até o fim da corrida.
Contudo, parece que não foi isso o que houve. Schumacher teria tido um pneu furado após a briga com Kubica, o que provocou sua nova entrada nos boxes.
Até aí, tudo bem. O único problema, para Schumacher, é que ele nunca soube poupar o carro. Schumacher é o piloto paradigma da era dos pit stops, em que não se precisava pensar muito na manutenção dos pneus, em economizar combustível etc. Com o novo regulamento, largando-se com o carro pesado, é preciso pensar a estratégia não só com relação às paradas para trocas. O piloto deve pensar a sua estratégia, quando é a melhor hora para dar tudo, quando é a melhor hora para poupar o que se tem.
O alemão oficial ontem acabou com seus pneus. E foi ficando para trás. Disse, depois da corrida, que não tinha condições de reagir porque usou o mesmo jogo de pneus por muito tempo. É verdade. Mas não foi diferente para os demais, com exceção de Robert Kubica, que fez 3 paradas.
O fato é que Schumacher, andando muito lento na pista, casou sérios problemas a outros pilotos e merecia uma punição. Um drive thru após a manobra em cima de Kubica não seria um exagero. Depois da disputa com Massa, a punição era um imperativo. Depois das brigas com os carros da Force India, o mínimo que se poderia esperar era que fossem acrescentados ao seu tempo final de corrida 25 segundos. Nada disso aconteceu, e todas as peripécias de Schumacher passaram impunes.
Vejamos: 1) empurrou Kubica para grama; 2) defendeu a posição em cima de Massa alterando sua linha duas vezes, tocando, inclusive, no brasileiro; 3) defendeu a posição em cima de Liuzzi cortando a chincane de entrada da reta; 4) na volta final vazou duas chincanes em disputas de posição, primeiro com Liuzzi, depois com Sutil, na última curva.
A imprensa brasileira, idioticamente, insinuou que a punição para o alemão, em Mônaco, só ocorreu porque Damon Hill estava entre os comissários. Então, pode-se dizer que ele só não foi punido ontem porque Emerson Fittipaldi, amigo do sapateiro, segurou as pontas para ele?
Seja como for, Schumacher agiu muito mal. Tanta lambança que lembrou seu antigo companheiro de equipe, Eddie Irvine. É só lembrar que, em 2000, na corrida do Canadá, irlandês metido a engraçadão não conseguia manter seu carro em linha reta na chuva.
E o que ele dirá ao seu patrão Ross Brawn? "Quero um carro que produza mais pressão aerodinâmica". Já tem. "Quero um carro que saia mais de traseira, e dane-se o Rosberg". Já tem, e já danaram o Rosberg. O que sobra agora?



E já chega! Isto está ficando exagerado: escrevo 15 linhas sobre a corrida em geral, e outras 350 para falar mal do Schumacher.

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